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Bastou uma fotografia para abalar o país. O registo, feito por um pai no IPO de Lisboa, expôs um corredor em condições que chocaram qualquer pessoa que o tenha visto: paredes corroídas pela humidade, o bolor a subir em manchas escuras e o chão coberto de água. É por ali que crianças em tratamento passam diariamente — uma realidade difícil de aceitar.
Entre as inúmeras vozes que se manifestaram, a do escritor Pedro Chagas Freitas fez eco particular. Profundamente afetado com o que viu, escolheu transformar a sua indignação num texto carregado de emoção. Confessou que, perante aquele cenário, a sua primeira reação foi a de recusar acreditar no que lhe diziam.
“Dizem-me que isto é um corredor do IPO de Lisboa. Dizem-me que neste corredor circulam crianças doentes. Eu não sei se acredito. Eu não quero acreditar. Não pode ser”, partilhou. Para ele, não se trata apenas de paredes danificadas, mas de um reflexo brutal do que considera ser um abandono estrutural.
Num tom duro, afirmou que um espaço percorrido por crianças doentes “deveria ser um templo clínico”, imaculado e seguro. E, num dos trechos mais fortes do seu texto, observou: “Estas paredes descascadas são uma tese completa, dizem mais sobre nós do que mil relatórios parlamentares”. A sua conclusão deixou clara a dimensão do problema: “Há aqui uma ruína total — política, ética, civilizacional, emocional”.
A imagem continua a desencadear pedidos de mudança e pressão pública para que o instituto receba obras urgentes e dignas das necessidades dos seus pacientes.
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