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“Fiz um poema para vos contar coisas que tenho sentido profundamente”, disse A Garota Não, já em cima palco dos Globos de Ouro, na SIC, nesta noite de domingo, 1 de outubro, com o troféu de Melhor Intérprete ao seu lado.
A Garota Não (Catia Mazari Oliveira) agradeceu a todos os que a apoiaram e ajudaram a fazer discos, ao pai e aos colegas de estrada. Mas aproveitou o momento para deixar bem claro o que pensa sobre o estado do país, como já é habitual nas suas músicas que cantam o ativismo social, mas também o amor e a dor.
A Garota Não, que venceu nesta categoria nomes como Ana Moura, Carminho, David Bruno e Nininho Vaz Maia, criticou o “tempo dos budas” em que vivemos, com a “kombucha, coaching, soft skills e gratidão”, “de maioria absoluta, do posso e mando e da meritocracia, num mérito que se mede pelos dentes, pelas notas da escola ou pela demagogia”.
Num poema em que Cátia Oliveira, natural do “Bairro 2 de abril, um bairro difícil em Setúbal”, ironiza sobre a realidade da habitação em Portugal. “Saibamos agradecer aos bancos os juros que nos cobram na habitação. Vivemos o tempo mais agitado de sempre, com metas, objetivos, e com a constante sensação de que me desmorono”.
Texto original (600 words): “Fiz um poema para vos dizer coisas que me têm estado à flor da pele”, disse A Garota Não, já em cima do palco dos Globos de Ouro, na SIC, nesta noite de domingo, 1 de outubro, e com o troféu para Melhor Intérprete do seu lado.
A Garota Não (Catia Mazari Oliveira) agradeceu a quem a apoiou e ajudou a fazer discos, ao pai, aos colegas da estrada, mas aproveitou o momento para deixar bem claro o que pensa do estado do Pais, bem ao jeito do seu percurso musical feito de temas que cantam o ativismo social, mas também o amor e a dor.
A Garota Não, que bateu nesta categoria nomes como Ana Moura, Carminho, David Bruno e Nininho Vaz Maia, criticou o “tempo dos budas” em que vivemos, da “kombucha, coaching, soft skills e gratidão”, “de maioria absoluta, do posso e mando e da meritocracia, num mérito que se mede a partir dos dentes, notas da colégio ou da demagogia”.
Um poema em que Cátia Oliveira, natural do “Bairro 2 de abril, um bairro lixado, em Setúbal”, ironiza sobre a realidade da habitação em Portugal. “Saibamos agradecer os bancos os juros que nos cobram na habitação, vivemos o tempo mais corrido de sempre, das metas, objetivos, do quem que me esfarrape”.
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