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Chamaram-lhe “O Protesto Silencioso da Estátua da Liberdade”, mas o barulho que gerou foi tudo menos silencioso. A muralista neerlandesa Judith de Leeuw decidiu meter o dedo na ferida: pintou a mítica estátua com a cara escondida nas mãos, como se estivesse envergonhada, e a tocha já sem força, pousada sobre o peito. O resultado? Viral em França, viral nos EUA, e um barril de pólvora nas redes sociais.
O mural foi terminado em seis dias e apareceu em Roubaix, uma cidade no norte de França onde vive uma grande comunidade migrante. A altura também foi bem escolhida: poucos dias antes do 4 de Julho. Coincidência? Nem por sombras. A mensagem é clara: criticar, sem gritar, as políticas migratórias desumanas de certos governos — com Trump no topo da lista — e lembrar que a liberdade, a justiça e a esperança não são só palavras de postal.
Nas redes, foi um estouro. Mais de 18 milhões viram a imagem no X, com direito a artigos no USA Today, na CBS, e a toda a gente a dar opinião, como manda o figurino. Uns aplaudiram de pé, outros viraram as costas com indignação. O congressista republicano Tim Burchett não se ficou: “Se há país que devia estar a lamber-nos as botas, é a França.” Diplomacia ao nível do recreio.
Esta nova polémica deu gás a velhos debates. Ainda em março, o eurodeputado francês Raphaël Glucksmann sugeriu devolver a estátua, já que os EUA “perderam os valores” que justificaram a oferta. A Casa Branca ripostou com arrogância: “É graças a nós que os franceses não falam alemão”, disparou a porta-voz Karoline Leavitt.
Entretanto, o atelier Missor, de França, avançou com planos para construir uma nova Estátua da Liberdade: mais imponente, feita em titânio, com feições masculinas — porque, pelos vistos, a liberdade precisa de um upgrade. Elon Musk até deu o seu apoio simbólico, mas a coisa está tremida em termos de financiamento, e já houve zaragata com a câmara de Nice.
No fim de contas, Judith de Leeuw conseguiu o que queria: levantar ondas, dar que falar, e pôr toda a gente a pensar se aquela senhora de cobre, com a tocha no alto, ainda significa o que pensávamos que significava.
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