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Salvador Sobral no ‘Alta Definição’ partilhou tudo o que aconteceu antes e depois da Eurovisão em 2017, incluindo o emocionante relato do transplante de coração que lhe salvou a vida.
“A Eurovisão marcou a minha vida para sempre”, começou por explicar Salvador, relembrando a imagem que tinha naquela época: “Muito magrinho e com uma barriga de líquidos de 20 quilos”, continuou, afirmando que agora, com um coração novo, aquela fase “parece que foi noutra vida”.
O cansaço era tão intenso e a falta de esperança era avassaladora, que Salvador Sobral chegou a redigir um testamento. “Dei a ler aos meus pais e à minha namorada (Jenna Thian). Era tudo muito frio. Mas a minha mãe não aceitava”, explicou o intérprete de ‘Amar pelos Dois’, recordando que após a vitória na Ucrânia e o regresso aos concertos em Portugal, a sua saúde deteriorou-se. “A minha temperatura corporal não baixava, estava sempre com febre. Era o corpo a entrar em falência”, revelou.
Nesse período, Salvador Sobral já usava um desfibrilador no corpo. Em situações de ataque cardíaco, o dispositivo entrava em ação, o que ocorreu várias vezes. “Cheguei a ter um ataque em Vila de Mouros, em pleno palco. Pensei que ia morrer ali mesmo”, partilhou, recordando um desses momentos inusitados em que o desfibrilador agiu sem necessidade, causando-lhe até “um trauma sexual”, como ele próprio afirmou, com alguma ironia.
A esperança surgiu finalmente no horizonte quando Salvador Sobral foi chamado pela segunda vez para o transplante de coração – a primeira tentativa anteriormente não se concretizara. Após diversos exames e momentos de incerteza, o músico foi operado e teve a sorte de o doador ser mais compatível consigo do que com outro destinatário, acabando por ser bem sucedido. No entanto, o período pós-operatório revelou-se extremamente doloroso, “acordei com dores sem fim”, descreveu Salvador, destacando a dificuldade em permitir que a família o visse naquele estado.
Além das dores excruciantes, Salvador Sobral recorda ter sofrido de soluços incessantes durante 48 horas, com dificuldades em dormir e recuperar… até que lhe foi administrada morfina. Os meses seguintes foram de “reaprender a viver”, contou o cantor. “Tive que aprender até a recuperar o equilíbrio, pois os músculos estavam muito enfraquecidos”, acrescentou.
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