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Benjamim, que tem seis anos, contou ao pai, Pedro Chagas Freitas, que não aprecia ficar sozinho, mas admitiu que, em algumas situações, sente a necessidade de “ter um momento de silêncio”.
O escritor começa por escrever: “Precisamos todos, por mais que alguns tenham medo de si mesmos. Contigo, nestes mais de dois meses aqui fechados, reaprendi a viver. Que me*** somos, afinal, quando não sabemos para que vivemos? Expulsei aqui demónios, daqueles bem fundos, daqueles que tenho vergonha de ter tido, daquilo que tenho vergonha de ter feito, pensado, imaginado”.
Continuou ainda: “Vi-me inteiro com tanto medo de saber quem no final das contas sou. Saberá quem nunca viver dor assim quem é? Não sei, espero que sim. Saber quem somos traz uma liberdade incomparável”.
“Continuas a tua batalha. Não deixas de ter medo, uma ansiedade que não consegues esconder por mais que nos queiras proteger. Acreditamos que vamos vencer em breve, temos de acreditar, tudo no que és capaz de fazer, no que foste capaz de fazer, até agora nos dá essa certeza. Desculpa, se às vezes pareço ansioso demais. É apenas porque estou mesmo. Gosto tanto de ti que me esqueço de proteger-me de mim, dos buracos fundos que ainda me fazem partir todo por dentro, às vezes. Quando for grande quero ser pequeno como tu, meu gigante”, rematou.
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