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Pedro Abrunhosa: “porque não desfraldares vários Tapetes da Vergonha nos estádios construídos para o Euro 2004 com o ámen e os milhões de todos nós, crentes e descrentes, e, agora, abandonados?”

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Pedro Abrunhosa escreveu um artigo de opinião no Jornal Público, no qual concorda com o facto de Bordalo II ter desfraldado “tapetes da vergonha” no famoso palco da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.

O famoso cantor lembrou um outro evenco ocorrido em Portugal, o Euro2024 que não levantou tanta polémica com centenas de milhões usados para o evento.

Num gesto arrojado, pacífico e, sobretudo, simbólico, Bordalo II cobriu a escadaria do mega-altar onde decorrerão as JMJ com um Tapete da Vergonha feito de fac-símiles gigantes de notas de 500€. O gesto de Bordalo II, ao sublinhar a contradição de um Estado laico que canaliza tantos meios financeiros para um evento de foro meramente privado, apesar de religioso, merece um aplauso“, escreveu.

Mas, para além do simbolismo do ato, que em nada prejudicou participantes, peregrinos ou o próprio Papa, a ação de Bordalo II é também um alerta para a iniquidade social cada vez mais visível. A começar pelos que jamais conseguirão comprar ou arrendar casa, imersos que estão numa espiral cujo vórtice parece não abrandar: salários baixos, rendas altíssimas, especulação imobiliária sem regulação, oferta quase nula no mercado de arrendamento para jovens. Numa palavra: o regime liberal que anda na boca de tantos, no seu melhor. Aquilo a que já se chamou capitalismo tem agora apenas um nome: mercados“, acrescentou.

Acredito sinceramente na capacidade deste Papa para mudar as regras de um jogo há muito viciado, precisamente porque Francisco perturba os mesmos a quem causaste tanto incómodo com o teu tapete. Já me afirmei cristão no pensamento, apesar de agnóstico. Creio que nenhum de nós os dois escapará a este preceito intrínseco e universal que é o valor da fraternidade e da luta pelo bem comum“, referiu.

A essência cristã, expurgada da selvajaria das cruzadas, da escravatura, da Inquisição, da simonia, é, na origem, uma luta pelo direito dos escravos, dos indigentes, dos fracos à liberdade e ao pão. E, partilhando pessoalmente as tuas preocupações com os gastos do erário em palco tão sumptuoso, tenho a certeza de que o Papa também acusaria igual desconforto se o soubesse“, destacou.

E porque a verdadeira religião nacional é o futebol, este sem contraditório nem encíclicas, porque não desfraldares vários Tapetes da Vergonha nos estádios construídos para o Euro 2004 com o ámen e os milhões de todos nós, crentes e descrentes, e, agora, abandonados?“, questionou.

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