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Jornalista Joana Emídio Marques foi assediada e expõe nome de quem foi

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São cada vez mais as confissões de assédio sexual no trabalho a serem expostas depois de Sofia Arruda revelar o seu caso em entrevista no programa da SIC, “Alta Definição”.

A jornalista Joana Emídio Marques usou as suas redes sociais para relatar também o seu caso de assédio e não poupou em nomes uma vez que revelou até o nome de uma das pessoas que a assediou.

Joana Emídio Marques relatou o seu caso, que remonta ao ano de 2012, quando trabalhava no Jornal de Notícias, revelando que Manuel Alberto Valente, que era editor e homem forte da Porto Editora, a assediou depois de um convite para um jantar de trabalho.

“No ano de 2012 começou a correr a notícia de que a Porto editora ia comprar a mais importante chancela de poesia a Assírio e Alvim, cujo catálogo tinha nomes como Herberto Helder. Para quem está fora do meio literário isto pode não significar nada. Para quem trabalha no meio era uma cacha (um furo jornalístico) e eu queria-o para mim. Era “amiga”, no facebook, do editor e homem forte da Porto Editora, que já então me enviava mensagens pseudo-sexutoras (não é erro, inventei esta palavra). Aceitei jantar com ele para falarmos da compra da Assírio”, começa por escrever.

“Não por acaso ele marcou o jantar num fim de semana em que a sua mulher estava num festival literário no México. Mas esta ligação eu só fiz muito depois. Fomos a um restaurante (caro) ali ao fundo da rua do Alecrim, um que serve sushi. Ele, cavalheiro a ajudar-me a despir o casaco, a puxar a cadeira para eu me sentar. Estava eu a ficar bem impressionada, quando ele tira do bolso uma caixinha de comprimidos que espalhou na palma da mão e aproximou do meu rosto e lançou: estás a ver? Não tenho aqui nenhum comprido azul”, acrescenta.

“Eu, que acabara de conhecer o homem e não queria parecer burra, forcei o meu cérebro a tentar entender a “piada” mas não consegui. “Oh, soltou ele ” não te faças de sonsa”. Assim, logo a tratar-me por tu e a insultar-me de forma velada. Nesse momento eu entendi (se nasces mulher aprendes cedo a descodificar alusões sexuais): o homem estava a mostrar-me, a dizer-me que não tomava Viagra. E aquilo que era para mim um jantar de trabalho tornou-se logo ali uma humilhação”, revela ainda a jornalista.

Joana Emídio Marques revela ainda: “Como fazia sempre, tinha deixado o meu carro estacionado na Rodrigues Sampaio, junto à porta do DN. Ele ofereceu-se para me dar boleia até lá. Aceitei. Erro meu. Quando parou o carro e ia dar-lhe os tradicionais 2 beijos de despedida, o Manuel Alberto Valente ainda achou por bem começar a tentar beijar-me na boca, com uma descontração que mostrava que ele deve ter feito isto centenas de vezes.”

“Eu afastei-me e sai do carro. Em silêncio chamei-o de velho porco, em silêncio humilhado chorei até Setubal. Contei isto a vários amigos, mas não mais. Queixei-me ao (na altura) assessor de imprensa da Porto Editora, Rui Couceiro, que reconheceu “haver esse problema”, como quem aceita que pode chover num dia de sol”, lê-se ainda.

“Se fores mulher, ser tratada sem vergonha nem respeito, é apenas mais um dia normal na tua vida. O Manuel Alberto Valente, acabou no final do ano passado, por ser afastado da Porto Editora. Hoje em dia é cronista do Expresso. Colega do Henrique Raposo que veio a público pedir às mulheres que digam nomes. Aqui está um nome, caro Henrique. E tenho mais. Mas talvez não dê jeito ouvir”, conclui Joana Emídio Marques.

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