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As denúncias não se ficaram pelo universo das redes sociais. Vários testemunhos referem comportamentos que extravasaram para o ambiente escolar, em particular na ACE Escola de Artes – Teatro do Bolhão, no Porto, instituição cofundada por António Capelo e onde desempenhou funções de direção artística durante anos.
Segundo estudantes e ex-estudantes, o tema das mensagens e convites era recorrente nos corredores da escola. Alguns relatam que se falava em apostas informais sobre quem seria “o escolhido” a cada novo ano letivo, transformando a desconfiança em espécie de rumor permanente. Embora não haja até ao momento uma acusação formalizada em tribunal, os relatos acumulados sugerem uma prática que, se confirmada, ultrapassa o foro digital e entra na relação desigual entre professor/diretor e alunos menores de idade.
Um dos testemunhos que mais impacto causou veio de um jovem que frequentava a escola com apenas 16 anos quando recebeu um convite direto para café. Ao mencionar a sua condição de aluno, a resposta que diz ter recebido foi desconcertante: “Era mesmo para ti”. Este detalhe mostra como a assimetria de poder pode fragilizar ainda mais os estudantes, que ficam entre o receio de represálias e o desconforto de rejeitar alguém em posição de autoridade.
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