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O comentário de Cristina Ferreira no programa “Dois às 10”, da passada segunda-feira, está a levantar poeira — e com razão. A apresentadora referiu-se ao caso de Jair Pereira, suspeito de ter assassinado a ex-companheira Conceição Figueiredo, dizendo:
“Eu não sei se esta mulher, depois do baile, entrou num carro com ele e aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse.”
A frase, que sugere responsabilização da vítima, incendiou as redes sociais. No dia seguinte, Cristina publicou um esclarecimento, atribuindo a polémica a uma “frase retirada do contexto”:
“O apontar do dedo e a procura do erro no outro, de forma enviesada, não contribui para o combate, necessário e urgente, da violência doméstica.”
Mas a explicação não foi suficiente para acalmar os ânimos. Activistas, figuras públicas e cidadãos comuns consideraram o discurso defensivo e pouco empático. Uma das vozes mais críticas foi a da activista Francisca Barros:
“O mínimo era assumir o erro, pedir desculpa às vítimas, e reconhecer que frases como essas perpetuam o problema. Não é atacar quem trabalha diariamente por elas.”
Francisca rematou com dureza:
“A frase ‘pôs-se a jeito’ é abjecta. E o pior é que ainda se considera aceitável. Não se muda nada assim.”
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