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Aos 54 anos, Maria João Vaz fala sobre a mudança de sexo: “O meu pai e o meu irmão mais velho eram muito machistas”

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Maria João Vaz esteve presente no programa da TVI, “Goucha”, onde esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, falando sobre o processo de autodescoberta ao longo dos anos e sobre a sua mudança de sexo.

A mesma revelou que se sentia “sempre à parte” quando era mais pequena, revelando ainda que fez um papel numa peça de teatro com um amigo em que disfarçou com as roupas da sua mãe: “Houve qualquer coisa ali, uma epifaniazinha”.

Ainda disse: “Não sei qual foi a reação das pessoas. Aquilo foi para a família, para os irmãos, para os pais. Não sei se acharam graça porque, logo a seguir, eu comecei a fazer aquilo em segredo”.

Vestia-me quando estava sozinha em casa, fechava-me na casa de banho. Era tudo muito triste, era tudo muito penoso. Eu sentia-me muito bem, mas ficava a olhar, depois, assim: ‘E agora o que é que eu faço a seguir?’. Não percebia porquê que eu fazia aquilo, renegava e, depois, voltava a fazer”, continuou.

Maria João Vaz ainda explicou que, apesar de casar e ter três filhos: “Levei uma vida paralela em que eu era a Maria João e um percurso oficial perante a família, perante as pessoas, a sociedade como outra coisa”.

Nesta altura, “tentava interpretar o que é que se passava ali” quando se olhava ao espelho.

Contou ainda: “O meu pai e o meu irmão mais velho eram muito machistas e, portanto, não era permitido uma pessoa ter assim a minha sensibilidade. Eu era uma pessoa diferente, uma pessoa que se isolava, que não falava com as outras pessoas. Tinha o meu mundo”.

Revelou ainda que se define como uma “mulher trans binária” e identifica-se como “uma mulher cis”: “Uma mulher que nasce tem uma determinada genitália e o seu género está de acordo com essa genitália. A pessoa sente-se bem como nasceu”.

Disse ainda: “A minha perceção, como por exemplo, eu tenho os olhos verdes porque a minha mãe tem olhos verdes… há essa partilha de cromossomas. Eu tenho a convicção absoluta que o meu cérebro é um cérebro feminino. Nasci com um cérebro feminino e a minha genitália veio de outro lado. Há uma incongruência”.

Para mim, desde pequena que a minha antiga genitália me causava disforia, era uma coisa que eu reprimia. Eu não queria aquilo. Nos simples desejos de dia de anos ou de véspera de Ano Novo, eu só queria acordar no dia seguinte sem aquilo”, continuou Maria João Vaz, referindo que gosta “de pessoas”, continuou.

Reprimem eles próprios perante a família, perante os amigos, porque, se fizessem isso, poderia haver alguma dúvida grave – ‘Espera lá, se eu gosto de uma mulher trans, essa mulher trans iniciou o seu percurso como homem e, portanto, quer dizer que eu gosto dela, eu gosto de homens, eu sou gay’”, concluiu.

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