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Nesta sexta-feira, dia 3 de janeiro, António Raminhos fez uma partilha/desabafo com os seus seguidores.
O mesmo começa por dizer: “Dia 3. Terceiro dia do ano. Ter… cei… ro! E o primeiro ataque de ansiedade. Não vou aprofundar o tema da pancada para não ser gatilho para ninguém. Tenho muitos medos relacionados com contaminação, mas há um que me persegue há anos. Uma espécie de kryptonite, mas, ao contrário deste calhau totalmente inventado, a minha existe mesmo… Talvez não na dimensão trágica que lhe dou”.
Ainda explicou: “Hoje, fui a um lugar onde sabia que podia estar perante esse medo. Aceitei o desafio. Quando me ia embora, eis que surge o gatilho, mas de uma forma que… Morri naquele momento. ‘E se faz mal? E se tem perigo? Mas as coisas não acontecem assim… E se, afinal, acontecem? E se estás a desvalorizar uma situação perigosa? Tenta agir de forma normal… E se agir de forma normal é o errado?’ ‘Sabes como agir…’, pensava eu. E, sim, sei, mas, num pico de ansiedade o tempo pára e só quero sair dali, não há espaço para raciocinar.”
“Quem estava comigo, sem se aperceber, ainda piorou a situação, colocando-me ainda mais no desconforto. Mas, no fundo, a culpa não é dos outros. A minha percepção da realidade é que está desfasada, o que torna difícil para quem está de fora ver os perigos que nós vemos. Ainda assim, nesse momento, consegui usar certas ferramentas. A primeira, não me culpabilizar, nem perguntar ‘Porquê logo agora que estava tão bem! Isto não passa!’ São temas que não têm resposta. Segunda, tentar reduzir ao máximo as compulsões. Já tinha realizado algumas verificações, como lavar as mãos, controlar onde se toca, rever passos na cabeça, mas havia aqui um escalar da situação prestes a acontecer como a vontade de chegar a casa e tomar banho, mudar de roupa, fazer perguntas. Resisto, estou abalado, mas sei que amanhã estarei melhor”, continuou.
“Porque é que conto este episódio? Porque me ajuda a relativizar e porque tenho a certeza de que, neste dia 3, ou no dia 2, ou 1, mais gente enfrentou os seus gatilhos. Mas, qualquer que seja o seu medo, o que lhe passa na cabeça é muito semelhante ao que se passa na minha. Há caminho, há resposta, mas essa vem com terapia, com autoconhecimento, com paciência e… Olhem… Com dias de m****, mas que, na realidade, se olhar para trás, já os vivi de forma bem pior.”, concluiu.
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