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Jéssica Athayde, 38 anos, não tem medo das palavras. No mais recente episódio do podcast de Fábio Porchat, no Brasil, a atriz portuguesa expôs com coragem um tema invisível para muitos: o desaparecimento do desejo sexual após a maternidade. “De um dia para o outro, o botão desligou-se”, contou, referindo-se ao momento em que deixou de sentir libido durante a gravidez do filho, Oliver.
A sua gravidez foi marcada por vómitos constantes e uma depressão persistente. Quando o filho nasceu, esperava que o desejo regressasse — mas não regressou. “Durante quatro anos não tive vontade, nem sozinha. Só me via como mãe, como cuidadora. A mulher em mim desapareceu.”
Não aceitando continuar nesse vazio, recorreu à sexóloga Marta Crawford, iniciando uma jornada de reconexão consigo própria e com o parceiro. Descobriu que o desejo não depende apenas do outro, mas também de uma aceitação interna do corpo e das emoções. “Isto resolve-se a dois, sim, mas também dentro de nós.”
Hoje, afirma que recuperou a sua sexualidade, ainda que sob uma nova forma: “É um sexo com menos pressa. Valorizo mais a consciência, a entrega.”
A conversa ganhou eco em Portugal. No programa Dois às 10, Cinha Jardim mostrou-se incrédula: “O filho não devia pagar um preço tão alto.”
Mas será que é mesmo um preço? Ou será que, ao partilhar esta experiência, Jéssica está, na verdade, a devolver voz a tantas mulheres que vivem no silêncio?
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